Estudos

A torre de Babel e o “dom de línguas”!

Espírito Santo 10

 

       Dom de línguas, eita assunto polêmico! Talvez, não exista um assunto bíblico tão discutido como o famoso “dom de línguas“. De vez em quando alguém pergunta: “E o dom de línguas pastor, o senhor crê?” Como vocês interpretam o dom de línguas? Como nós interpretamos? Boa pergunta, pois a interpretação precisa ser bíblica, respeitando os textos e contextos bíblicos. Então, antes de mais nada, precisamos respeitar o que a Bíblia diz, nossa base não pode ser o nosso próprio gosto pessoal ou religioso. Sei que atualmente existem muitos escritos, estudos e pregações sobre o assunto, mas gostaria de falar um pouquinho sobre “a torre de Babel e o dom de línguas”.

       Geralmente, quando alguém toca no assunto sobre o dom de línguas, alguns textos são rapidamente lembrados e mencionados! Certamente os textos de Atos, capítulo 2,  e I Coríntios capítulos 12 e 14 são sempre citados numa discussão sobre o assunto. Quando o universo do tema gira apenas em torno de tais textos, provavelmente incorreremos em erro, e muitas vezes, grande erro! Por quê? Pense comigo, Lucas escreveu Atos para Teófilo, note em (Atos 1.1), entretanto, neste mesmo texto ele diz que é uma “sequência”, que o livro não pode ser lido sem a sua primeira parte, notem (Lucas 1.3). E você já notou que ele havia falado “muito” sobre o Espírito Santo no evangelho de Lucas? Que a questão de ser “cheio do Espirito Santo” é mencionado por ele várias vezes no evangelho? Melhor ainda, que no original ele usa em ambos os livros as mesmas palavras para o “cheio do Espírito Santo”? Confira os seguintes textos no evangelho de Lucas: 1.15 – 1.41 – 1.67 – 4.1. No original, todos os textos usam as mesmas palavras que Lucas usou em Atos 2.4. Teófilo certamente percebeu isso em sua leitura, pois ele deve ter lido o evangelho com atenção e depois o livro de Atos na sequência. O exemplo dado é para exemplificar que precisamos fazer uso de outros textos importantíssimos para uma discussão sensata  sobre o “dom de línguas”, não podemos ficar restritos apenas a Atos e I Coríntios. Exemplo dado, quero refletir sobre o “dom de línguas” usando o texto da torre de Babel em Gênesis capítulo 11. Pensemos:

       1 – Você já percebeu que o grande pecado no episódio da torre de Babel foi a desobediência dos homens em não se “espalharem” pela terra ( Gênesis 11.4)? Uma desobediência as ordens de Deus dadas no jardim do Éden ( Gênesis 1.28). Em Babel os homens quiseram construir a torre para que não fossem “espalhados pela terra”. É importante lembrar que eles estavam numa “planície”, e planície não tem montanhas para servir de ponto de referência, logo eles fizeram a torre para não se “espalharem“. Diante da desobediência dos homens, o próprio Deus tratou de fazer com que os homens cumprissem suas ordens, o Senhor os confundiu com “línguas” e “espalhou-os” pela superfície da terra.

       2 – Você já percebeu a ligação que isso tem com o “dom de línguas“? Note a promessa do nosso Senhor Jesus  em Atos 1.8! Ele diz: ” …mas recebereis poder, as descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra.” E até os confins da terra? Isso não significa que os discípulos iriam por toda a superfície da terra pregando a palavra? Nosso Senhor Jesus Cristo não está mostrando profundo amor pelos homens? Pois os homens que Deus mesmo espalhou, não são os homens que Ele mesmo buscará? Não é Senhor quem faz a ferida, mas ele mesmo sara ( Oséias 6.1)? Em Atos capítulo 2 não temos a solução para a torre de Babel, solução dada pelo próprio Deus? Não temos um exemplo de que Deus transforma o mal em bem?

       3 – Você já percebeu como Deus fala no episódio da torre de Babel? Ele diz: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem do outro ( Gênesis 11.7)”. Por qual razão Moisés teria registrado o texto em voz no plural, mostrando que ali está mais do que uma pessoa? Não é isso que o texto nos aponta com “desçamos e confundamos“? E quando lemos tais palavras não precisamos entender que o Espírito Santo ali está? Por acaso Ele não está presente no fenômeno da confusão das línguas? Como os homens poderiam ter começado a falar tantas outras línguas se não fosse pela sabedoria do Espírito Santo, pois não é Ele quem ensina ( I Coríntios 2. 10-12 – João 14.26 – João 16.13)? Oras, se o Espírito Santo está presente na confusão das línguas, não deveríamos lembrar que é Ele quem resolve o problema em Atos 2? O texto não estaria apontando para tais ligações?

       4 – Em Babel Deus não diz que “desceria” para confundir? Não é curioso que nosso Senhor diz que o Espírito Santo “desceria” sobre os discípulos (Atos 1.8 – 2.2)?

       5 – O texto de Gênesis 11.1-9, não mostra uma obstinada desobediência em não cumprir o querer de Deus em povoar toda a terra? O Senhor não traz as “línguas” como sinal de juízo? Não confunde através das línguas para que não tenham um mesmo propósito e persistam no erro? Em Atos 2 não seria a inversão, onde Deus estaria apontando para “misericórdia” sobre povos que Ele havia derramado juízo em Babel, e justamente as línguas eram o sinal desse juízo! Entretanto agora as línguas são sinal de misericórdia sobre todos os povos? Não fora nesse sentido que o Senhor Jesus disse o texto de (Marcos 16.17)? Quando Pedro prega que Deus derramaria seu Espírito sobre “toda” a carne, não aponta para todos os povos ( Atos 2.17)? Não foi exatamente isso que Pedro entendeu e disse na casa de Cornélio ( Atos 10.28 – 10.34-35)?

     6 – Não é extremamente curioso que logo após o episódio da torre de Babel, quando surgiram as nações, Deus chama Abraão para dele fazer uma nação especial? Seria pensar demais que Deus estaria fazendo a mesma coisa em Atos 2, com as línguas, pois Ele não está trabalhando em  uma nação especial (igreja), agora com pessoas de todos os povos, remidos pelo sangue de Cristo? Isso não estaria ligado a promessa de Deus feita para Abraão, que através de Cristo ele abençoaria todas as nações (Gênesis 12.3)?

       Sei que existem muitas outras questões para serem discutidas! Meu intento não é responder tudo, pois quem o pode? Meu intento com o escrito é pensarmos mais sobre o “dom de línguas“, observando melhor outros textos além de Atos 2 e I Coríntios 12 e 14! Espero que o escrito possa de alguma forma ajudá-los e incentivá-los na reflexão sobre assunto tão complicado!

 

Pr. Edson do Prado Padilha  – 28/07/2016.

 

 

 

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Deus governa os homens maus?

billy the kid

 

       No velho oeste americano haviam pessoas famosas pela agilidade, era conhecidos como “rápidos no gatilho“. Um dos mais famosos foi “Billy the Kid“, apelido dado para Henry Bonney, um pistoleiro, ladrão de gado e cavalos que morreu em 1881. Era um perigo desafiar Billy the Kid, pois o desafiante poderia terminar o duelo sem vida, e muitos terminaram esticados no chão, vítimas do “rápido gatilho“. Quando fazemos uma pergunta teológica e polêmica  (Deus governa os homens maus?), alguns podem agir como Billy the Kid, sacando seus revólveres “teológicos“! Todavia precisamos perguntar: Eles estão carregados com as Sagradas Escrituras ou estão carregados com a pólvora molhada do “eu acho, eu penso que é assim“?

       Quando estão carregados do “eu acho, eu penso“, geralmente são revólveres que jamais funcionam, pois não são fundamentados na Bíblia, na própria Palavra de Deus. Na verdade, estão fundamentados na  ” pura razão humana“, desconectados das Sagradas Letras,  e pergunto-te:  Quais são as chances da nossa “razão” falhar? Quantas vezes você já pensou  “coisas erradas“? Então, como podemos confiar questões teológicas tão importantes baseados em nossas razões falhas? Na verdade, nossa razão não passa de pólvora bem molhada, não apenas molhada, mas misturada com barro! Quando buscamos respostas teológicas na Bíblia, é outra história, pois a Bíblia foi completamente inspirada por Deus (II Timóteo 3.16 – II Pedro 1.19-21). E pergunto-te: Quantas vezes Deus errou? Nenhuma!!! Logo,  podemos buscar na Bíblia as respostas para as questões mais complexas que o homem possa imaginar. Voltando um pouco a “fita“, repito a pergunta: Deus governa os homens maus, como o próprio Billy the Kid?

     Sacando os versículos bíblicos respondemos com um sonoro SIM, Deus governa os homens maus, não há nenhuma sombra de dúvida nisso! Observe o que encontramos escrito em Ezequiel 18.4, logo no início, de forma bem clara está escrito: “Todas as almas são minhas“. Note que Deus está falando, e Ele não diz que as almas dos homens bons são Dele, mas de todos os homens, tanto bons, quanto maus! Pense comigo: Quem coloca o espírito no homem para que o mesmo viva ? Não é Deus? Quem mantém o Espírito do homem existindo, não é Deus ( Atos 17.28) ? Por acaso, a Sagrada Escritura não ensina que o próprio Senhor é dono de toda a Terra e tudo o que nela há ( Salmo 24.1 – I Coríntios 10.26)?  Então, como os homens maus poderiam escapar do governo de Deus? Vamos pensar em alguns exemplos práticos e bíblicos? Vamos deixar  Billy the Kid de lado e buscarmos alicerce firme  na rocha das Escrituras.

       Um livro bíblico  fantástico para responder a questão é Juízes! Nele, encontramos inúmeros exemplos do governo de Deus sobre homens maus. Lendo Juízes 2.14 encontramos as seguintes palavras: ” Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel e os deu na mão dos espoliadores, que os pilharam, e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor, e não mais puderam resistir a eles“. Quem o texto diz que entregou Israel na mão dos espoliadores? O que significa “espoliador”? Curiosamente significa “saqueador“, e o que fazia Billy de Kid, não era um saqueador? Entretanto, caro leitor, jamais esqueça que Deus estava trazendo juízo e correção através de um “homem mau“, pois Deus não trabalha sem propósito. O texto é claro em mostrar que o povo de Deus pecou, logo Deus trouxe os espoliadores como forma de mostrar a sua ira! Seguindo a leitura de  Juízes encontramos outro exemplo  em 3.7,8, quando notamos o texto dizendo “…Então a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos. Quem o texto diz que entregou Israel nas mãos do rei da Mesopotâmia? Amigo leitor, leia o livro de Juízes para perceber quantas vezes isso se repete nas histórias mencionadas no livro inspirado, então como poderíamos negar que Deus governa os homens maus? Mudando de livro, em Jeremias capítulo 27, encontramos Deus falando que Nabucodonosor seria seu “servo“, que coisa curiosa, pois Nabucodonosor foi um  terrível rei, leiam a devastação que ele fez em Jerusalém no livro de Lamentações. Porém, não esqueçam de notar o que Deus estava fazendo através da vida desses homens maus.

       Para encerrar, talvez você esteja pensando: Ah, mas isso é coisa do Velho Testamento, agora estamos no tempo da graça! Tal afirmação é obra do diabo, pois Deus deixou de agir conforme agia no Velho Testamento? Sua soberania mudou no Novo Testamento? Perdeu Ele o governo absoluto no Novo Testamento? Deus não muda jamais, Ele é o “EU SOU“, não foi e nem será, Ele É! O livro de Tiago e Hebreus não afirmam exatamente isso ( Tiago 1.17 – Hebreus 13.8)? Vamos pensar em exemplos práticos do Novo Testamento, para que não sobre sombra de dúvida. O que podemos dizer  de Judas (Lucas 22.22)? Como fugimos do exemplo de Herodes e o episódio da morte das criancinhas (Mateus 2.16-18)?  Apagamos o exemplo do outro Herodes e Pôncio Pilatos (Atos 4.28,29)?

       Amigo leitor, lembre-se sempre, antes de sacar o revólver teológico, veja se ele está carregado com textos bíblicos! Não saque carregado pela pólvora do “eu acho, eu penso“, você pode terminar esticado no chão!!! SOLI DEO GLORIA

       Pr. Edson do Prado Padilha  (23/07/2016)

 

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Frase de William Tyndale

Frase de William

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Como Deus pode ser bom, permitindo que crianças nasçam defeituosas?

cadeira de rodas

 

       Sei que a pergunta é bem provocativa, ainda mais porque há crianças envolvidas  no assunto! E sempre quando há crianças envolvidas, sentimo-nos mais emotivos, diferentemente de adultos. Talvez você esteja lendo justamente por isso, para saber que “resposta” vai ser dada a esta pergunta polêmica e emotiva. Quem sabe alguma bobagem seja falada? Talvez é sempre uma possibilidade,  mas leia até o final. Procurarei ser primeiramente bíblico, fundamentando todos os argumentos nas Sagradas Escrituras, em segundo lugar, coerente, pois Bíblia, sem coerência é sempre suspeito. Vamos lá…

       Você sabia que muitas crianças nasceram defeituosas em consequência das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de Agosto de 1945? Alguns mencionam que o efeito da radiação dura até hoje. Quando descobrimos isso, perguntamos: “Como Deus pode ser bom, permitindo tal coisa”? E as crianças siamesas? Há casos sem possibilidade de separação, pois as duas crianças poderiam morrer, então, elas precisam viver toda a vida unidas, e as vezes; sem possibilidade de andar. Que Deus seria esse, permitindo tal tristeza? Novamente escutamos a pergunta: “Como Deus pode ser bom, permitindo tal coisa”? Uma vez li um escrito de um ateu que dizia não crer em Deus por esta razão, pois como poderia crer num ser que faz tal coisa! Mas Deus tem alguma coisa a ver com isso? Será que Ele ordena nascimentos como esses?

       É engraçado, pois quando uma criança nasce “perfeita” as pessoas agradecem a Deus e dizem que Ele foi bondoso pela perfeição da criança. A lógica das pessoas é estranha, pois quando a criança não nasce perfeita, Deus deixou de ser bondoso? Quer dizer que a bondade de Deus é medida pela finitude da vida, ou seja, 80, 90 anos? Como poderíamos explicar o problema das criancinhas e a bondade de Deus? O pensamento espírita tem uma explicação para o problema dos corpos defeituosos…Dizem eles que a defeituosidade é consequência da “vida sem bondade” na outra vida, ou seja, se você foi bem terrível na outra vida, nessa você acaba nascendo defeituoso para “pagar” os erros da outra vida. Nessa lógica,  Hitler, Stalin e Mussolini,  deveriam reencarnar como crianças defeituosas. Mas a Bíblia, Palavra de Deus, diz que os homens vivem apenas uma só vez, não há reencarnação (Hebreus 9.27). Logo, o argumento espírita vai para o espaço e o problema continua!

       Existe algum texto que possa lançar luz no problema? Sim, há sem dúvida, e com muitíssima clareza do próprio Deus, pois é um texto que registra a própria voz do Senhor, quando Moisés argumentou com Deus, que não poderia ir ao Egito, pois era pesado de língua, como muitos entendem, “gago”. Deus então responde com as seguintes palavras:

“Respondeu-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? (Êxodo 4.11)

       Não sou eu, o Senhor? Assim Deus disse, foi claro no assunto, então por que devemos tentar justificar Deus se Ele mesmo assume a soberania sobre o nascimento de crianças defeituosas? Porém, o problema continua, como podemos adorar um Deus que faz as crianças nascerem defeituosas e Ele mesmo assume isso.

       A resposta está em Cristo, pois a bondade e perfeição de Deus são refletidas por seu Filho! Deus faz o cego nascer, mas é o mesmo Deus, na pessoa do Filho é quem tem poder para curar o cego, restaurando-lhe a visão, para a glória de Deus Pai (Salmo 146.8 – João 9.1-4 – Marcos 10.46-52). Deus é quem faz o mudo e o surdo, mas é o mesmo Deus que enviou seu Filho para demonstrar que tem poder para restaurar a fala e audição daqueles que nele creem ( Marcos 7.37). Vejam qual é a razão das pessoas estarem maravilhadas neste texto (Marcos 7.37). A bondade de Jesus foi tamanha que as vezes curou pessoas que até mesmo não creram nele como Senhor…

       Talvez você diga: “Mas meu filho não foi curado!” Sim, talvez seu filho nunca seja curado, pois nem todos os homens de Deus foram curados, alguns morreram com seus problemas!!! Todavia a fé cristã crê que Jesus deu um pequena demonstração do que irá fazer quando vier para restaurar todas as coisas ( Romanos 8.18-25). Nossa esperança não se limita a 80 ou 90 anos, nossa esperança é num Deus que irá dar-nos vida eterna em Cristo, que nos fará ressuscitar com corpos perfeitos, para vivermos por toda a eternidade com corpos perfeitos, sem mais nenhum defeito! A esperança cristã não é uma esperança na finitude do homem, a esperança cristã está alicerçada na eternidade de Deus ( I Coríntios 15.19).

       Cremos que um dia nosso Senhor há de ressuscitar todos, mas principalmente aqueles que nele creram e confiaram que Ele tem  a solução para todos os problemas que enfrentamos por causa do pecado, inclusive a “deformidade do corpo”. Cremos que nosso Senhor fará que nossos corpos ressuscitem a semelhança do corpo de Adão e Eva, e que problemas físicos eles tinham? Nenhum, pois foram criados pelo Deus perfeito, Deus em quem não há nenhuma deformidade, mas perfeição! Por isso, toda a glória e honra sejam dadas ao Senhor, soberano sobre todos os nascimentos e acontecimentos…Nele esperamos, Nele confiamos!

( E.P.P 04/02/2016)

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Conheçam a operação dente-de-leão!

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O homem que dormiu arminiano e acordou calvinista!

dormindo em frente ao pc

 

       Nada como boas histórias! Ainda mais, quando são histórias que refletem o agir de Deus na história da salvação, como Ele trabalha para conduzir seus filhos ao conhecimento das Sagradas Escrituras, o conhecimento da cruz de Cristo.  Ontem (01/02/2016), ouvi uma destas boas histórias sobre o agir de Deus na vida dos seus escolhidos. Prontamente, logo após ouvir o relato, pedi permissão ao homem para poder escrever algumas linhas sobre essa extraordinária façanha de Deus, e o homem permitiu-me.

       Eis “a história do homem que dormiu arminiano e acordou calvinista”! Conforme o relato do “Teófilo” (assim vou chamar-lhe, para preservar-lhe o nome),  ele desejou ouvir no youtube uma pregação de um determinado pastor, pastor relativamente conhecido na cidade de Criciúma-SC, todavia, esse pastor é de linha arminiana, que prega que “nós é quem vamos até Deus”, e “não Deus é quem vem até nós“, como os calvinistas pregam. Muito bem, lá foi  Teófilo ouvir o pastor, mas não demorou muito e o homem dormiu, pegou no sono, e ali mesmo, na frente do computador, capotou no sono. Não sei se a pregação estava muito chata ou Teófilo estava muito cansado, o importante é que ele dormiu…Providencialmente Deus cronometrou o sono de Teófilo, pois ele foi dormindo e o vídeo do pastor que ele queria ouvir acabou e outro começou! Assim, os vídeos foram rodando e rodando, até que começou a rodar um vídeo de “CHARLES HADDON SPURGEON”, famoso pregador batista, pregador calvinista que cria nas doutrinas da graça de Deus, cria que Deus é quem busca o homem morto em seus delitos e pecados (Efésios 2.1, 2,5 – João 6.37, 6.44 – Romanos 3.11). Leiam uma pequena declaração de Spurgeon e entendam como ele cria nas Escrituras:

” O calvinismo não veio de Calvino, cremos que veio do grande Fundador de toda a verdade. Talvez Calvino tenha derivado grande parte dos escritos de Agostinho. Agostinho obteve suas ideias, sem dúvida, pelo Espírito de Deus, pelo estudo diligente dos escritos de Paulo, e Paulo os recebeu do Espírito Santo, de Jesus Cristo.” 

       Em outro momento,  Spurgeon respondeu uma pergunta feita , pergunta que questionava-o sobre a razão de pregar o evangelho se Deus já escolheu os seus, eis a resposta do príncipe dos pregadores:

É por isso que pregamos! Se existem tantos peixes a ser pegos pela rede, irei e pegarei alguns! Porque são muitos os ordenados a serem pegos, eu espalho minhas redes com ávida expectativa. Nunca pude entender por que isso deveria suprimir nossos esforços e zelo. Parece-me que isso deveria ser o que nos motiva mais – que Deus tem um povo, e esse povo deva ser trazido para dentro”.

       Imaginem o que aconteceu com meu recém amigo “Teófilo”, quando começou a ouvir esse grande pregador? Pela graça e providência de Deus, ele começou a ser despertado para as doutrinas da graça de Deus, que trovejam com poder sobre a mente humana, pois procedem do Deus que fez o mundo com a sua trovejante voz. Hoje, Teófilo é um crente que glorifica a Deus da maneira correta, pois entende que o Deus misericordioso o arrastou ao seu Filho Jesus, pois o homem é morto em seus delitos e pecados, pois nenhum homem jamais buscará a Deus, sem que primeiro Deus o arraste até nosso Senhor Jesus (João 6.37, 6.44 – Efésios 2.1).

       Assim, termino de maneira breve a história que me alegrou e impressionou pelo agir de Deus, ” a história do homem que dormiu arminiano e acordou calvinista”.

(E.P.P – 02/02/2016)

 

 

 

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Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor…(Oséias 6.3)

Escola teológica (2)

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Simonton: Sua missão, sua dor e seu testemunho!

Morro do Castelo, domingo 19 de junho de 1864.

     Nossa primeira filha acaba de nascer às onze horas, e já se passaram vinte e cinco minutos. Deus seja louvado por sua bondade. Ouviu, e respondeu as nossas orações; eu o louvarei por sua bondade. A lembrança do sofrimento de Helen está ainda muito viva para permitir que pense na criança.

Terça-feira, 28 de junho de 1864.

     Deus tenha piedade de mim agora, pois águas profundas rolaram sobre mim. Helen está estendida em seu caixão na salinha de entrada. Deus a levou tão de repente que ando como quem sonha.

1 de julho de 1864.

     Acabo de voltar de um pequeno passeio com Chamberlain. Como está tudo mudado a minha volta de dentro de mim! O Senhor me trouxe aflições, mas preciso manter a calma. Sinto que Ele também me deu sustento para não me deixar vencer. A menos que me curve submissamente sob o golpe, temo tornar-me duro. Meu Deus e Salvador guarde-me, e a minha pequena Helen. Pobre coisinha. Não estou ainda consciente do que tenho que lhe dar além de meu carinho.

     Foi inesperado; contudo alegro-me saber que a morte encontrou minha querida esposa preparada. Ela era tímida, insegura, vagarosa em expressar sua fé em Cristo; entretanto, na hora da provação estava calma e em paz. Quando as três horas da manhã voltei do médico ela me perguntou “como estou? Não esconda nada de mim”. Contei-lhe meus temores. Disse-me: “Ora por mim”, mas acrescentou logo: “Não, eu orarei por mim mesma”. Muito quieta e calma ela orou mais ou menos com essas palavras: ” Senhor Jesus venho a ti, não que eu tenha algum valor, sinto que não tenho. Tenha piedade de mim e receba-me, Senhor Jesus”. Então orei como pude. Logo depois ela disse: ” Acredito que quero ir”. Durante a minha ausência ela disse a Louisa, que chorava: ” Louisa não se preocupa, eu estou pronta”. Abençoa Deus porque na surpresa desse golpe não me deixou sem preciosas palavras de consolo, e testemunho de que seu Salvador estava com ela no vale da morte. “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”; Essa passagem na Escritura é muito preciosa para mim, agora mais que nunca. A união de todos os santos em Cristo, e através dele com o Pai, e sua comunhão uns com os outros, são fatos que consolam.

Fonte: Diário de Simonton (1852-1867).

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Média-metragem, “O diário de Simonton”.

O Diário de Simonton (média metragem) from Alziro Barbosa on Vimeo.

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As limitações de Ashbel G. Simonton – Um ano no Brasil!

    Fazer missões é como estar numa grande escola! Escola que ensina constantemente, ensina principalmente sobre as  limitações humanas, revela as fraquezas dos missionários, mas principalmente ensina a grandeza de Deus em nos usar, mesmo diante de tantas limitações e fraquezas. As missões nos tornam pequenos, mas engrandecem a Deus! A seguir temos um exemplo disso, o escrito de Simonton em seu diário, após um ano de trabalho no Brasil, ele escreve:

   13 de Agosto de 1860.

    Ontem foi aniversário de minha chegada ao Brasil. Faz um ano que sou missionário. Isso me faz pensar, olhar para trás, e verificar o que fiz nesse ano. Não consigo ver nada muito lisonjeiro. Estive só me preparando, e bastante devagar. Apesar da maior parte de meu tempo ter sido dedicado a aprender a língua, estou envergonhado do pouco progresso que fiz. Consigo entender o português, mas meu uso da língua ainda é muito limitado. Sinto agora que preciso me colocar logo em constante contato com os que falam essa língua, para dominá-la. Mas a razão maior para me envergonhar é o pouco progresso que fiz no conhecimento de Cristo, meu Mestre. Sei que o sucesso de meu trabalho depende de aperfeiçoar esse conhecimento. O mais importante e mais difícil para o missionário é sintonizar a alma com o trabalho do Mestre. Sinto que não progredi muito, e que esse pecado deve humilhar-me profundamente na presença de Deus. 

    Entro, pois no segundo ano com meu alvo definido, e a decisão de ter maior cuidado com minha vida interior, procurando a santidade e a inteira consagração a Cristo. Cada pecado, cada indulgência pecaminosa não é apenas um golpe contra minha própria alma, mas tende a destruir imediatamente meu sucesso e utilidade. Anoto-o como um alerta e promessa solene a ser mantida sempre a vista durante meu segundo ano de trabalhos missionários. 

(Fonte: Diário de Simonton, 1852-1867)

Negrito inserido no texto pelo blog.

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